Ainda não há vacina disponível para a febre do Oropouche. A prevenção eficaz envolve o uso de repelentes e roupas que cubram a maior parte do corpo.
O mosquito-pólvora, ou maruim, é responsável pela transmissão da febre do oropouche | Foto: Reprodução/SES
A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (SES-SP) confirmou dois casos de febre do Oropouche (Orov) na cidade de Cajati, localizada no Vale do Ribeira, interior do estado. O diagnóstico foi realizado pelo Instituto Adolfo Lutz (IAL) por meio de exame molecular. A febre do oropouche, transmitida pelo mosquito-pólvora (maruim), apresenta sintomas semelhantes aos da dengue, como dor de cabeça, febre, dores musculares, náusea, diarreia, tontura, dor atrás dos olhos e calafrios.
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Os pacientes foram atendidos em uma das 71 Unidades Sentinelas do estado, responsáveis por monitorar arboviroses. Eles residem em uma área rural próxima a uma plantação de bananas e apresentaram sintomas similares aos da dengue.
"Com a confirmação dos casos, notificamos o Ministério da Saúde e continuamos com as investigações em colaboração com o Grupo de Vigilância Epidemiológica (GVE) e a vigilância municipal", informou Regiane de Paula, coordenadora em saúde da Coordenadoria de Controle de Doenças (CCD) da SES.
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Regiane ressalta que ainda não há vacina disponível para a febre oropouche. A prevenção eficaz envolve o uso de repelentes e roupas que cubram a maior parte do corpo. Caso surjam sintomas, é fundamental procurar uma Unidade Básica de Saúde (UBS) para iniciar o tratamento adequado.
Estados com maior prevalência de Orov
Registrada pela primeira vez no Brasil em 1960, a febre do oropouche tem maior incidência na Amazônia. No ciclo silvestre, além do mosquito-pólvora, bichos-preguiça, aves silvestres e roedores podem hospedar o vírus. Até o início de julho, o Ministério da Saúde registrou 7,8 mil casos prováveis no Brasil, com maior concentração na Amazônia. Os estados mais afetados são Amazonas (3,6 mil casos), Roraima (1,7 mil casos) e 790 casos no estado da Bahia, onde, pela primeira vez, duas mortes foram registradas em julho desse ano. Os casos em São Paulo são os primeiros no estado.
As duas pessoas infectadas em São Paulo já se recuperaram bem e não têm histórico de viagens recentes, o que classifica os casos como autóctones, ou seja, adquiridos no local onde residem. O diagnóstico foi confirmado por RT-PCR, um método que inclui a coleta de sangue, separação do soro, purificação do RNA viral e amplificação do DNA complementar, descartando outras doenças como zika, chikungunya e febre amarela.
Medidas de prevenção da febre do oropouche
Para minimizar o risco de contrair febre do oropouche é essencial adotar medidas preventivas que ajudam a evitar o contato com os vetores da doença e a reduzir a exposição a áreas de risco.
Entre as recomendações está evitar frequentar áreas com alta reincidência de casos. Se você vive em uma região onde a febre do oropouche é comum, evite circular por essas áreas e, quando necessário, adote precauções adicionais.
Minimizar o contato com áreas onde o mosquito-pólvora (maruim) é prevalente também é importante. Use repelentes de insetos nas áreas expostas da pele e utilize roupas claras que cubram a maior parte do corpo, criando uma barreira adicional contra as picadas dos vetores.
Realizar a manutenção dos terrenos e dos locais de criação de animais, recolhendo folhas e frutos que caem no solo, que podem servir de abrigo para os mosquitos. Instalar telas de malha fina em portas e janelas ajuda a manter os mosquitos fora de ambientes internos, reduzindo o risco de picadas e transmissão da doença.
Essas práticas não apenas ajudam a prevenir a febre do oropouche, mas também contribuem para um ambiente mais saudável e menos propenso à proliferação de mosquitos e outros vetores de doenças.