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Telescópio Vera Rubin estreia sistema óptico com maior câmera astronômica do mundo e varredura rápida

Primeiras imagens do céu captadas pelo observatório chileno serão apresentadas em evento oficial, concluindo os preparativos para as operações científicas, previstas para setembro.

Equipe do observatório que está instalado a 2.682 metros de altitude | Foto: Observatório Vera Rubin
Equipe do observatório que está instalado a 2.682 metros de altitude | Foto: Observatório Vera Rubin

O Observatório Vera C. Rubin, localizado no Cerro Pachón, no Chile, apresentará as primeiras imagens captadas pelo novo sistema óptico do telescópio Vera C. Rubin em 23 de junho de 2025, durante o evento internacional “Rubin First Look”. A transmissão será feita ao vivo pelo YouTube ao meio-dia (horário de Brasília), em versões em inglês e espanhol, concluindo os preparativos para as operações científicas, previstas para setembro.

Com um espelho primário de 8,4 metros e uma câmera de quase três toneladas, o sistema óptico do Vera C. Rubin combina alta resolução e amplo campo de visão para monitorar mudanças rápidas no céu, como supernovas, asteroides e outros fenômenos variáveis. Além disso, os dados obtidos contribuirão para investigações sobre matéria escura e energia escura, aprofundando o entendimento sobre a evolução do universo. Clique e siga Ciência Elementar no Instagram 

O Rubin será o primeiro telescópio capaz de mapear todo o céu visível do hemisfério sul a cada três noites, como parte de seu principal projeto, o Levantamento de Espaço e Tempo do Universo (LSST, na sigla em inglês). O instrumento deverá produzir aproximadamente 20 terabytes de dados por noite, com previsão de geração de até 10 milhões de alertas diários relacionados a mudanças rápidas no céu, como supernovas, asteroides e outros fenômenos variáveis.

A câmera do telescópio, chamada LSSTCam, possui 3,2 gigapixels de resolução e é a maior já construída para uso astronômico. Composta por 201 sensores CCD altamente sensíveis, a câmera cobre, em uma única imagem, uma área equivalente a 40 vezes o tamanho aparente da Lua cheia. Cada pixel mede apenas 0,01 milímetro e a lente frontal atinge 90 centímetros de diâmetro. Com cerca de três toneladas, a LSSTCam tem dimensões comparáveis às de um carro compacto.

O observatório está instalado a 2.682 metros de altitude, em uma região de atmosfera seca e baixa poluição luminosa, considerada ideal para observações astronômicas. A expectativa é que os dados obtidos pelo Rubin contribuam para pesquisas sobre matéria escura, energia escura, evolução de galáxias e objetos ainda não catalogados do Sistema Solar, como possíveis candidatos ao chamado “Planeta Nove”.

De acordo com o site oficial do observatório, o evento de estreia contará com sessões presenciais organizadas por instituições científicas em diversos países, além da transmissão pública. Os dados captados pelo telescópio serão processados por algoritmos automatizados em centros de computação nos Estados Unidos, com envio dos alertas em até 60 segundos após cada imagem.

O projeto é fruto de uma parceria entre a Fundação Nacional de Ciência dos Estados Unidos (NSF) e o Departamento de Energia (DOE), sob responsabilidade operacional do NOIRLab, em colaboração com centros de pesquisa norte-americanos e instituições do Chile. Participação do Brasil O Brasil, por meio do Laboratório Interinstitucional de e-Astronomia (LineA), contribuirá para o processamento e análise desses dados. O laboratório recebeu um aporte de R$ 7 milhões da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) para fortalecer seu centro de processamento, que será um dos muitos no mundo para armazenar e tratar as imagens geradas — há mais de 40 países no projeto.

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