Entre os novos agentes está o Mpox, que vem causando um aumento no número de casos e mortes na África Central.
Entidades internacionais discutem estratégias de combate e controle de microrganismos letais | Foto: WHO
A Organização Mundial da Saúde (OMS) atualizou, , em julho desse ano, sua lista de patógenos com potencial para desencadear pandemias, destacando 27 microrganismos e variantes que representam risco iminente para a saúde global. Entre os patógenos listados, permanecem os vírus responsáveis por doenças como dengue, zika e chikungunya. O vírus mpox, que causou um surto em 2022 na África Central e atualmente voltou a ser uma ameaça com aumento de novos casos na região, também foi integrado à lista.
O relatório, emitido durante a Cúpula Global de Preparação para Pandemias 2024, realizada no Rio de Janeiro, estabelece diretrizes para o desenvolvimento de conhecimento, ferramentas e contramedidas que possam ser rapidamente adaptadas a novas ameaças pandêmicas. A estratégia inclui a intensificação da vigilância e da pesquisa, com o objetivo de compreender os mecanismos de transmissão dos patógenos, as formas de infecção em humanos e a resposta do sistema imunológico.
O documento é resultado do trabalho de mais de 200 cientistas de mais de 50 países, que analisaram 1652 patógenos de 28 famílias de vírus e um grupo de bactérias. A avaliação considerou a capacidade de transmissão, virulência e a disponibilidade de diagnósticos, vacinas e tratamentos. ✅Clique e siga Ciência Elementar no Instagram
Segundo a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), os especialistas consideram que, dado o potencial dessas doenças e patógenos para causar uma emergência de saúde pública, além da ausência de drogas e/ou vacinas eficazes, existe uma necessidade urgente de acelerar a pesquisa e o desenvolvimento para:
Mammarenavirus lassaense (febre de Lassa)
Vibrio cholerae (cólera)
Yersinia pestis (peste negra ou peste bubônica)
Shigella dysenteriae sorotipo 1 (sigelose)
Salmonella entericasorovares non typhoidal serovars (salmonelose não tifoide)
Klebsiella pneumoniae (pneumonia)
Subgênero Merbecovirus (vírus respiratório do Oriente Médio)
Subgênero Sarbecovírus (síndrome respiratória aguda grave)
Orthoebolavirus zairense (ebola)
Orthomarburgvirus marburgense (marburg)
Orthoebolavirus sudanense (ebola)
Orthoflavivirus zikaense (zika)
Orthoflavivirus denguei (dengue)
Orthoflavivirus flavi (febre amarela)
Orthohantavirus sinnombreense (febre hemorrágica das Américas)
Orthohantavirus hantanense (febre hemorrágica)
Orthonairovirus haemorrhagiae (febre hemorrágica da Crimean-Congo)
Alphainfluenzavirus Influenzae H1, H2, H3, H5, H6, H7 e H10 (gripe comum, gripe aviária e gripe suína)
Henipavirus nipahense (nipah)
Bandavirus dabieense (febre Grave com Síndrome de Trombocitopenia)
Enterovirus coxsackiepol (doença mão-pé-boca)
Orthopoxvirus variola (varíola)
Orthopoxvirus monkeypox (mpox ou varíola dos macacos)
Lentivirus humimdef1 (relacionado a doenças neurológicas e imunossupressoras)
Alphavirus chikungunya (chikungunya)
Alphavirus venezuelan (encefalite equina venezuelana)
Pathogen X (patógeno X)
A "doença X" é um termo utilizado pela OMS para se referir a uma doença hipotética que poderia surgir e causar uma grave pandemia global. Essa doença é desconhecida e imprevisível, mas o conceito é usado para ilustrar a necessidade de estar preparado para enfrentar novos patógenos emergentes ainda não identificados.
A inclusão da "doença X" na lista de prioridades da OMS desempenha papel de lembrete para a comunidade científica e governos sobre a importância de investir em pesquisa, vigilância e preparação para futuras ameaças de saúde pública. O conceito ressalta que, além de se concentrar nas doenças já conhecidas, é crucial ter flexibilidade e capacidade de resposta rápida para combater doenças novas e inesperadas que possam surgir.
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