A medida se aplica a filtros que alteram de maneira significativa os traços faciais dos usuários e justificou que a decisão é focar no desenvolvimento de soluções mais adequadas às demandas futuras de consumidores e empresas
Instagram vai remover filtrs e encerrar atividades da Meta Spark | Foto: Reprodução Instragram
O Instagram anunciou na terça-feira (27), que vai a remoção de determinados filtros de sua plataforma a partir de 14 de janeiro de 2025, encerrando a plataforma Meta Spark, mantendo apenas os filtros criados pela própria Meta. A decisão foi tomada após avaliações internas e externas sobre os efeitos que essas ferramentas podem gerar nos usuários, especialmente no público jovem.
Segundo a empresa, a medida se aplica a filtros de Realidade Aumentada (RA), que alteram de maneira significativa os traços faciais dos usuários, mas não deu muitos detalhes sobre sua decisão. Mas justificou que a decisão é focar no desenvolvimento de soluções mais adequadas às demandas futuras de consumidores e empresas.
✅Clique e siga Ciência Elementar no Instagram
Essa questão é tema de análise por especialistas da área da saúde mental. A psicóloga e analista de comportamento Patrícia Binhardi explica que os filtros podem contribuir para a criação de padrões irreais de beleza. "Eles oferecem uma ferramenta para esconder imperfeições e criar uma versão idealizada de si mesmo. O problema é que, muitas vezes, isso gera uma desconexão entre a imagem digital e a realidade, o que pode resultar em frustração e baixa autoestima", afirma.
O encerramento da plataforma de filtros está previsto para janeiro de. De acordo com Binhardi, embora a mudança possa promover interações mais autênticas, a adaptação não será imediata. "Muitas pessoas já estão habituadas a editar suas imagens antes de publicá-las, e a busca por novas formas de alterar a aparência continuará presente. No entanto, com o tempo, podemos observar um movimento em direção à aceitação da beleza natural, o que seria extremamente positivo", aponta.
Estudos e relatos destacam como as redes sociais impactam a percepção da autoimagem, sendo fatores que podem desencadear distúrbios como ansiedade e dismorfia corporal. "A mudança no Instagram é um convite para refletirmos sobre o que significa beleza e como podemos nos libertar das pressões estéticas impostas pela sociedade. Aprender a aceitar-se é um desafio, mas também um caminho para uma relação mais saudável com a própria imagem", conclui a especialista.