Esses balões têm capacidade de transportar até uma tonelada de carga a uma região da atmosfera que possui muitas semelhanças com as condições do espaço exterior.
AEB realiza voo experimental com um pequeno balão com 300 gramas de carga útil | Foto: AEB
Acaba hoje o workshop de três dias realizado em Palmas – TO, onde a Agência Espacial Brasileira (AEB), em parceria com a Universidade Federal do Tocantins (UFT) e a Agência Espacial Francesa (CNES), anunciou o lançamento de balões estratosféricos no Brasil para 2026. O projeto pretende utilizar balões com capacidade para transportar cargas de até uma tonelada a uma altitude de 40 km.
Os balões estratosféricos serão empregados em diversas áreas, oferecendo suporte para pesquisas científicas, avanços tecnológicos, educação e comunicação. Eles vão operar em regiões da atmosfera com características semelhantes às do espaço exterior, facilitando a realização de experimentos e a coleta de dados sobre a atmosfera superior.
De acordo com Leandro Reis, Diretor de Gestão de Portfólio substituto da AEB, “esses balões permitirão a realização de importantes experimentos científicos, beneficiando diversas áreas do conhecimento.” A preparação para os lançamentos de 2026 incluiu visitas técnicas e apresentações de projetos. Em 2022, a AEB e a UFT firmaram um Protocolo de Intenções para a estruturação de uma base de lançamento de balões, e ações em 2023 definiram áreas adequadas para a instalação da base.
Carlos Eduardo Quintanilha, Coordenador de Segmento de Solo da AEB, explicou que “a visita à área é importante para a validação de que o local selecionado é adequado para a realização dos lançamentos de balões de grande porte, com capacidade para gôndolas de até uma tonelada.”A Revisão de Design Preliminar (PDR, em inglês) marca o início do projeto, detalhando a infraestrutura necessária, que será única no país e atenderá pesquisadores de todo o Brasil.
A importância dos balões estratosféricos para a ciência
O uso de balões estratosféricos é bastante versátil; eles contribuem para pesquisas científicas, monitoramento climático, inovação tecnológica, educação e comunicação.
Nas pesquisas, esses balões são usados para conduzir experimentos e coletar dados em altitudes elevadas, onde é possível estudar a atmosfera, a radiação e outros fenômenos atmosféricos que são difíceis de investigar a partir da superfície da Terra, proporcionando informações valiosas sobre a composição e o comportamento da atmosfera superior, contribuindo para o avanço na ciência atmosférica.
No campo do monitoramento climático, os balões estratosféricos desempenham papel na coleta de dados sobre as condições atmosféricas e os padrões meteorológicos. Esses dados ajudam a compreender as mudanças climáticas e aprimorar as previsões do tempo.
Os balões são uma plataforma importante para testar e desenvolver novas tecnologias. Equipamentos e sensores experimentais podem ser testados em ambientes extremos sem o custo e a complexidade associados ao lançamento de satélites. Isso não só facilita a inovação, mas também permite a validação de novas tecnologias em condições reais.
No âmbito educacional, os balões estratosféricos são ferramentas para projetos educacionais e de divulgação científica. Eles permitem a demonstração prática e visual de princípios científicos, inspirando e engajando estudantes em ciências e tecnologia. Essa abordagem prática ajuda a tornar conceitos complexos mais acessíveis.
Balões estratosféricos também têm aplicações em comunicação e navegação. Em situações remotas ou durante desastres naturais, eles podem ser usados para testar e melhorar sistemas de comunicação, oferecendo soluções temporárias e eficazes em áreas onde a infraestrutura é limitada ou comprometida.