Responsável pelo programa Optimus da Tesla declarou que os vinte bots ativos durante o evento foram assistidos por humanos.
Optimus durante em ambientes controlados na Tesla | Foto: reprodução X
Após o lançamento da nova versão do robô humanoide Optimus Gen2, desenvolvido pela Tesla no evento “We Robot” na Califórnia, na semana passada, a reação do público, que questionou a autonomia dos robôs, gerou controvérsias. Na quinta-feira (17), a Tesla divulgou um vídeo mostrando os bots sendo testados em ambientes controlados, como fábricas e armazéns, assegurando que, antes de estarem prontos para uso doméstico, continuarão sendo avaliados.
A ideia de criar um robô humanoide ganhou contornos em 2022. Inicialmente chamado de Tesla Bot, ele foi apresentado com um modelo humano vestindo um traje que simbolizava o design final dos robôs. Mais tarde, o robô foi rebatizado como Optimus, sendo projetado para operar tanto em ambientes industriais quanto residenciais, incorporando inteligência artificial.
Durante a apresentação, Musk indicou que o Optimus estará disponível para uso interno na Tesla em 2025 e, a partir de 2026, poderá ser oferecido a outras empresas. “Como vocês podem ver, começamos com alguém em um traje robótico e progredimos dramaticamente ano após ano”, afirmou Musk.
No evento, o foco esteve na performance do robô, sem muitos detalhes sobre sua evolução na robótica humana. A Tesla informou que o Optimus possui uma bateria de 2,3 quilowatts-hora, garantindo autonomia para um dia inteiro de operação. O robô pode levantar até 30 kg, caminhar a até 8 km/h, realizar tarefas autônomas e interagir com humanos. Musk também destacou que o custo inicial será entre US$ 20 mil e US$ 30 mil, e que a tecnologia do Optimus se baseia em IA avançada, semelhante à usada nos veículos da marca. Ele declarou que o Optimus será “o maior produto de todos os tempos”, capaz de realizar tarefas domésticas e até servir como um amigo.
Embora muitos espectadores tenham ficado impressionados, foi revelado depois que os robôs estavam sendo controlados remotamente por funcionários. Em um vídeo divulgado online, um dos robôs admitiu que estava recebendo ajuda humana. Alguns participantes foram informados sobre o controle remoto durante o evento, enquanto outros não receberam essa explicação.
A Tesla não se pronunciou oficialmente sobre a possível operação parcial ou total dos robôs por humanos, mas isso gerou dúvidas sobre o tempo necessário para que o Optimus alcance plena autonomia. Alguns robôs no evento exibiram sotaques regionais, como os da Califórnia e do Texas, o que reforçou a suspeita de que suas falas eram controladas por humanos. Em um vídeo nas redes sociais, um robô barman declarou estar “assistido por um humano” naquele dia, reconhecendo que ainda não era totalmente independente.
Milan Kovac, responsável pelo programa Optimus da Tesla, admitiu“claro que foram assistidos por humanos até certo ponto”, justificando que essa assistência era essencial para mostrar a "visão de um futuro incrível" da Tesla. Kovac mencionou que cerca de 20 robôs estavam operando continuamente durante o evento e confirmou um incidente em que um dos robôs caiu. Ele também informou que, na quinta-feira, o Optimus começou a desenvolver habilidades para interagir com humanos.
A expectativa de que os robôs estarão disponíveis no mercado em breve foi ajustada, com analistas destacando que a tecnologia ainda está em estágios iniciais de desenvolvimento.