top of page

NASA explora soluções mais econômicas para gerenciar detritos orbitais

O relatório reavalia métodos tradicionalmente considerados rentáveis pela comunidade espacial e sugere que algumas estratégias de remediação podem ser tão valiosas quanto a mitigação de detritos

Cabo Canaveral, FL — A NASA e seus parceiros podem ter encontrado métodos mais econômicos para lidar com o crescente problema dos detritos orbitais, segundo um novo relatório do Escritório de Tecnologia, Política e Estratégia (OTPS) da agência espacial. Esta descoberta promete transformar a maneira como a comunidade espacial aborda a mitigação dos riscos associados a esses detritos.


Charity Weeden, líder do OTPS da NASA, destacou a importância de entender melhor o ambiente espacial congestionado pelo acúmulo constante na órbita da Terra.


“A crescente atividade na órbita da Terra trouxe-nos tudo, desde comunicações terrestres mais rápidas até uma melhor compreensão das mudanças climáticas”, disse Charity Weeden


Mas ela pontua que, embora a exploração espacial continuada trouxe benefícios como comunicações mais rápidas e uma melhor compreensão das mudanças climáticas, também criou um espaço mais lotado e, consequentemente, um ambiente mais arriscado.


“Essas oportunidades estão resultando em um ambiente espacial mais lotado. Este estudo faz parte do trabalho da NASA para melhorar rapidamente a nossa compreensão desse ambiente, conforme descrito na Estratégia de Sustentabilidade Espacial recentemente lançada pela NASA, aplicando uma lente económica a esta questão crítica”, ressalta.


O estudo do OTPS faz parte dos esforços contínuos da NASA para melhorar a compreensão desse ambiente aplicando uma abordagem econômica.


O relatório, intitulado "Análise de Custo e Benefício de Mitigação, Rastreamento e Remediação de Detritos Orbitais", é a segunda fase do trabalho do OTPS. A fase inicial, divulgada em 2023, ofereceu informações preliminares para os formuladores de políticas sobre as medidas de remediação dos detritos, incluindo movimentação, remoção ou reutilização de objetos. O novo relatório aprimora essas estimativas de risco, abrangendo desde grandes detritos até fragmentos milimétricos, e expande o foco para incluir ações que possam mitigar a criação de novos detritos e rastrear os já existentes.


Jericho Locke, analista da NASA e principal autor do relatório, destacou a importância de medir os riscos em termos financeiros. Ao quantificar tudo em dólares, é possível comparar diretamente diferentes abordagens, como proteger espaçonaves, rastrear detritos menores ou remover grandes pedaços de detritos. Este estudo oferece uma nova perspectiva sobre as ações mais econômicas que podem ser tomadas para resolver o problema crescente dos detritos orbitais.


“Este estudo permite-nos começar a responder à pergunta: Quais são as ações com melhor relação custo-benefício que podemos tomar para resolver o problema crescente dos detritos orbitais?” disse o analista da NASA Jericho Locke, principal autor do relatório.

“Medindo tudo em dólares, podemos comparar diretamente a proteção de espaçonaves com o rastreamento de detritos menores ou a remoção de 50 pedaços grandes de detritos com a remoção de 50.000 detritos menores.”


Diferente de estudos anteriores, o novo relatório estima diretamente o risco dos detritos espaciais em vez de usar proxies como o número de pedaços em órbita. Ele também modela os custos que os operadores enfrentariam ao manobrar espaçonaves para evitar detritos e lidar com danos ou perdas. A análise simula a evolução do ambiente de detritos ao longo de 30 anos.


O estudo compara a relação custo-benefício de mais de 10 ações diferentes, incluindo proteção, rastreamento e remediação. A equipe espera, eventualmente, avaliar a eficácia de combinações dessas ações, conhecidas como portfólios. O relatório reavalia métodos tradicionalmente considerados rentáveis pela comunidade espacial e sugere que algumas estratégias de remediação podem ser tão valiosas quanto a mitigação de detritos. Também propõe que a desorbitação rápida de espaçonaves desativadas é uma abordagem econômica para reduzir riscos.


Essas descobertas fornecem novas considerações para os líderes da NASA e a comunidade espacial na abordagem do problema dos detritos orbitais. A análise econômica aplicada ao gerenciamento de detritos espaciais pode redefinir estratégias, oferecendo soluções mais eficazes e sustentáveis para manter a segurança e a viabilidade das operações espaciais futuras. Através desses esforços, a NASA continua a liderar o caminho na busca por um espaço mais seguro e sustentável.

bottom of page