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Ministério da Saúde amplia público-alvo da vacina contra HPV para usuários de PrEP

Para pessoas de 15 a 45 anos que fazem uso de Profilaxia Pré-Exposição ao HIV, a vacina é aplicada em três doses

Usuários de PrEP serão beneficiados com vacina contra HPV | Foto: Divulgação


O Ministério da Saúde anunciou a inclusão de pessoas entre 15 e 45 anos que utilizam Profilaxia Pré-Exposição ao HIV (PrEP) no público-alvo da vacina contra o papilomavírus humano (HPV). A medida, publicada na quarta-feira (3) por meio de nota técnica no portal do Ministério, visa ampliar a proteção contra doenças como o câncer de colo do útero, verrugas genitais e câncer anal.

A decisão se baseia em dados do Estudo Epidemiológico sobre Prevalência Nacional HPV (POP-Brasil), que apontou uma prevalência geral de 53,6% do vírus entre homens e mulheres sexualmente ativos na faixa etária de 16 a 25 anos. Entre os participantes, 35,2% apresentaram pelo menos um dos genótipos de alto risco do HPV, demonstrando a alta exposição da população a esse agente infeccioso.

Desde o início da vacinação contra HPV no SUS, em 2014, 75,8% das meninas tomaram a primeira dose, enquanto a segunda dose foi aplicada em 58,2%. Para os meninos, que começaram a ser vacinados em 2017, 53,1% tomaram a primeira dose e 33,2% a segunda. A vacina contra o HPV é segura e eficaz na prevenção de diversos tipos de câncer e verrugas genitais causados pelo vírus. A aplicação é recomendada para meninas e meninos entre 9 e 14 anos, com esquema de duas doses. Para pessoas de 15 a 45 anos vítimas de violência sexual, a vacina é aplicada em três doses.

Draurio Barreira, diretor do Departamento de HIV, Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e ISTs da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA), destacou que oferecer a vacina HPV4 aos usuários de PrEP é uma ação crucial na prevenção de neoplasias. "Até março de 2024, 82% dos usuários de PrEP eram homens que fazem sexo com homens, e 3,2% eram mulheres trans e travestis", explicou Barreira.

A Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) é uma medida preventiva contra o HIV, indicada para pessoas sexualmente ativas a partir dos 15 anos com alto risco de contato com o vírus. A PrEP pode ser prescrita por enfermeiros, farmacêuticos e médicos e está disponível em 939 unidades em 540 municípios no Brasil. O tratamento envolve a ingestão diária de uma pílula que contém tenofovir e entricitabina, embora não proteja contra outras ISTs.

A inclusão dos usuários de PrEP no público-alvo da vacina contra o HPV reconhece o maior risco de infecção pelo vírus entre essa população. Estudos demonstram que homens que fazem sexo com homens (HSH) e mulheres trans apresentam taxas mais elevadas de HPV, comparadas à população geral.

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