Cerca de 300 pessoas que tiveram contato com os casos estão sendo monitoradas, 27 foram confirmados em menos de uma semana.
Atuação da equipe do Centro de Controle de Doenças (CDC) de Ruanda | Foto: CDC Ruanda
O Ministério da Saúde de Ruanda declarou em 27 de setembro de 2024 um surto do vírus de Marburg (MVD) e iniciou uma força tarefa para conter a disseminação da doença. Até 30 de setembro, foram confirmados 27 casos e 9 mortes, a maioria entre profissionais de saúde. Cerca de 300 pessoas que tiveram contato com os casos estão sendo monitoradas, enquanto as autoridades implementam medidas de prevenção e rastreamento.
O governo ruandês, em parceria com organizações de saúde, está trabalhando para isolar os casos confirmados e impedir a transmissão do vírus que pertence à mesma família de vírus responsável pelo Ebola e tem 88% de taxa de letalidade. O Ministério da Saúde destacou a importância de manter práticas de higiene, como lavar as mãos com sabão e usar álcool gel, além de reforçar as precauções no contato com outras pessoas.
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A doença de Marburg é uma febre hemorrágica grave, transmitida inicialmente de morcegos frugívoros para humanos, e depois entre humanos através do contato com fluidos corporais de infectados. Não existe vacina ou tratamento específico, o que torna a terapia de suporte essencial para os doentes. As mesmas práticas preventivas aplicadas ao controle do ebola estão sendo usadas para evitar a disseminação do Marburg.
Em apoio à resposta de Ruanda, o Africa Centers for Disease Control and Prevention (Africa CDC) enviou uma equipe de especialistas ao país em 29 de setembro. Além disso, o Africa CDC está colaborando com países vizinhos, como Burundi, Uganda, Tanzânia e RD Congo, para monitorar e controlar a propagação transfronteiriça do surto.
Para atualizar sobre os esforços de contenção, o ministro da Saúde de Ruanda, Sabin Nsanzimana, e o diretor geral do Africa CDC, Dr. Jean Kaseya, participarão de uma coletiva de imprensa no dia 3 de outubro, onde discutirão as medidas tomadas até o momento e as estratégias para controlar a crise. Na última terça-feira (02), a Estação Central de Hamburgo, na Alemanhã, foi temporariamente fecha após dois passageiros, estudantes de medicina que trabalhavam em um hospotal em Ruanda, apresentarem sintomas característicos do vírus. Durante o isolamento, os dois testaram negativo para a doença mas permanecem em observação. Sinais e sintomas da infecção
A Organização Mundial da Saúde (OMS) destaca que os sintomas mais frequentemente relatados da infecção por Marburg incluem febre, dor nas costas, dores musculares, dor abdominal, perda de apetite, vômito, letargia, irritação na pele, dificuldade para engolir, dor de cabeça, diarreia, soluços e dificuldades respiratórias.
Os sintomas iniciais da infecção podem aparecer rapidamente e geralmente incluem febre elevada, calafrios, dores de cabeça severas e um cansaço extremo. Além disso, a dor muscular é um dos sinais comuns nas fases iniciais.
Conforme a infecção avança, o quadro clínico tende a se agravar, apresentando náuseas, vômitos, dor abdominal e/ou torácica, erupções cutâneas e diarreia, que podem persistir por aproximadamente uma semana.
Nos estágios avançados da doença, é frequente a ocorrência de sangramentos em várias partes do corpo, como nas gengivas, nariz e ânus. Os pacientes podem enfrentar condições graves como choque, delírio e falência de órgãos.
Tratamento e vacina
De acordo com a OMS, não há um tratamento específico para a doença de Marburg, e não existem vacinas para o vírus até o momento. A recomendação é que pessoas com sintomas semelhantes busquem atendimento médico precoce. Os cuidados de suporte, que incluem hidratação adequada e controle da dor, devem ser realizados por profissionais de saúde e são considerados a abordagem mais eficaz para gerenciar a infecção. Além disso, o tratamento de coinfecções, como a malária, é essencial para o suporte aos pacientes com Marburg.