Estudos mostram que locais externos com águas, rios, lagos e oceanos e atividades de acampamento e jardinagem resultam nos efeitos mais positivos na saúde mental da população.
Até mesmo um passeio na pracinha pode beneficiar a saúde mental | Foto: Divulgação
Passar um tempo na natureza, mesmo que for 10 minutos, pode trazer benefícios mentais a curto prazo, incluindo redução do estresse e melhora no humor. Estudos mostram que locais externos com águas, rios, lagos e oceanos e atividades de acampamento e jardinagem resultam nos efeitos mais positivos na saúde mental da população. E não é preciso viajar para isso, visitas em áreas de natureza urbana como praças ou parques também ajudam.
Segundo a médica especialista em saúde mental, Fernanda Faria Afonso, sabemos que a natureza desempenha um papel importante na saúde humana, mas os prestadores de saúde em geral e mesmo de saúde mental, muitas vezes, não pensam nela como uma intervenção para ajudar na ansiedade e na depressão.
O estudo publicado na revista People and Nature da British Ecological Society explica que independentemente do tipo de doença mental diagnosticada, a exposição à natureza resultou em melhorias significativas a curto prazo nos sintomas. Os efeitos positivos pareceram ainda maiores para os diagnosticados com transtornos de humor, como depressão ou transtorno bipolar.
Segundo a revisão da Organização Mundial da Saúde (OMS), publicada em 2022, quase um bilhão de pessoas vivem com um transtorno mental. O custo desses transtornos na qualidade de vida geral, assim como o impacto econômico, torna importante identificar e promover apoios de saúde mental acessíveis. A médica relata que fazer uma curta caminhada ou acampar não deve, necessariamente, ser considerado um substituto para outras intervenções terapêuticas ou clínicas.
“Deveríamos considerar o tempo na natureza como um recurso barato e amplamente disponível para apoiar a saúde mental e o bem-estar geral dos adultos. Fazer uma atividade física aciona hormônios importantes no cérebro que podem ajudar muito a vida dessas pessoas”. explica Fernanda.