Estudo do Instituto Oncoguia, relata que a H. pylori é responsável por mais de 60% dos casos de câncer de estômago no Brasil.
H. pylori pode ser diagnosticada através de exames de sangue ou fezes | Foto: Lavoisier
A Helicobacter pylori, conhecida popularmente como H. pylori, é uma bactéria que afeta o estômago e o intestino, podendo causar diversos problemas gastrointestinais. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 50% da população mundial está infectada pela bactéria, no Brasil esse número é de 71,2%. Embora muitas pessoas desconhecem que convivem com a H. pylori, ela é uma das principais causas de úlceras pépticas e duodenais, e está associada ao desenvolvimento de câncer de estômago e linfoma gástrico.
A infecção por H. pylori é frequentemente assintomática, mas pode provocar sintomas como indigestão, dor abdominal, náuseas e lesões na mucosa gástrica ou duodenal. Caso não tratada, pode levar ao desenvolvimento de gastrite, úlceras e, em situações mais graves, câncer de estômago e finfoma gástrico.
A H. pylori é adaptada ao ambiente ácido do estômago, onde se instala na mucosa e provoca infecção. O médico clínico e gastroenterologista Gabriel Nino, do Hospital das Clínicas da UFMG, explica que "essa inflamação pode levar ao desenvolvimento de gastrite, úlceras e, em casos não tratados, até câncer de estômago". De acordo com o Instituto Oncoguia, a H. pylori é responsável por mais de 60% dos casos de câncer de estômago no Brasil.
A transmissão da H. pylori ocorre geralmente na infância e pode acontecer de várias formas, principalmente por contato direto com saliva, vômito ou fezes de uma pessoa infectada. Também pode ocorrer de forma indireta, através do consumo de alimentos e água contaminados ou pela prática inadequada de higiene, como mãos sujas. A transmissão é facilitada em ambientes com aglomeração de pessoas e condições precárias de saneamento básico, explicando a alta prevalência da infecção, especialmente em países em desenvolvimento, onde as condições de higiene e saneamento podem ser mais limitadas.
Prevenção, diagnóstico e tratamento
A prevenção envolve boas práticas de higiene, como lavar as mãos regularmente, especialmente antes das refeições e após o uso do banheiro. É importante higienizar e cozinhar adequadamente os alimentos, evitando aqueles armazenados por longos períodos ou preparados em condições insalubres. Também é recomendável evitar o compartilhamento de utensílios, como pratos, garfos, facas e copos, que possam estar contaminados. Especialistas aconselham a realização de exames regulares, sendo que o diagnóstico e tratamento precoces são fundamentais para evitar complicações mais graves.
O diagnóstico da H. pylori pode ser realizado por diferentes métodos. A endoscopia digestiva é o procedimento mais comum, permitindo a coleta de fragmentos da mucosa gástrica para análise laboratorial. Existem também testes menos invasivos, como o teste respiratório de ureia, exames de fezes e de sangue, que detectam a presença da bactéria de forma indireta. Para casos em que o paciente apresenta uma condição de saúde agravada, pode ser recomendada a realização de biópsia para evitar falsos negativos.
O tratamento da infecção por H. pylori é recomendado para prevenir complicações graves e deve ser prescrito por um médico. A resistência bacteriana aos antibióticos é uma preocupação crescente. É importante que o paciente busque orientação médica e evite a automedicação, pois o uso inadequado de medicamentos pode agravar a doença em vez de tratá-la. Seguir as recomendações médicas e manter a continuidade do tratamento garante a eficácia da terapia, adequada ao quadro de saúde de cada paciente. Após o tratamento, é necessário realizar um novo exame para garantir a eliminação da bactéria e monitorar possíveis reinfecções.
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