Os bichanos são representados por constelações, estrelas e nebulosas
Representação da Constelação de Leão no mapa estelar | Imagem: Nasa
Mais da metade da população mundial ama gatos, e esses felinos estão presentes em 54% dos lares ao redor do mundo. No Brasil, 27,1 milhões de pessoas possuem gatos, segundo o censo de 2021. Este ano, a Organização Mundial da Saúde (OMS) apontou que 10 milhões de gatos vivem nas ruas. Os gatos, que eram considerados divindades no Egito antigo, estão por toda parte — até mesmo nas estrelas.
Nesta quinta-feira (08), Dia Internacional dos Gatos, vamos econhecer alguns "gatos cósmicos" representados pelas constelações de Leão, Leão Menor e Lince e alguns fenômenos estelares como a Nebulosa Olho de Gato, a Nebulosa Pata de Gato e o Grupo de Galáxias do Gato de Cheshire.
Constelação de Leão
Leão é uma das constelações mais proeminentes e antigas, facilmente reconhecível por sua semelhança com um leão. Localizada no hemisfério celestial norte, é visível em quase todos os cantos da Terra, exceto na Antártica, sendo observada no outono para o hemisfério sul e na primavera para o hemisfério norte. Leão ocupa uma área de aproximadamente 947 graus quadrados, tornando-se a 12ª maior constelação do céu.
O genitivo da constelação é "Leonis", usado para designar suas estrelas, como Alpha Leonis (Regulus). A constelação se assemelha a um leão, com um asterismo em forma de foice ou gancho formando a cabeça e a juba do animal, enquanto o corpo e a cauda se estendem a sudeste. Regulus, a estrela mais brilhante de Leão, representa o peito do leão, enquanto Denebola está na cauda. Algieba, uma gigante dupla de cores diferentes, forma a juba do leão.
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Na mitologia grega, Leão está associado ao Leão de Nemeia, uma criatura temível derrotada por Hércules em um de seus doze trabalhos. Zeus colocou o leão entre as estrelas em homenagem ao feito de Hércules. Na astronomia, Leão é o ponto radiante da chuva de meteoros conhecida como Leônidas, que ocorre em novembro, quando a Terra passa pelos restos do cometa Tempel-Tuttle. Leão também abriga o Triângulo de Leão, composto pelas galáxias espirais M65, M66 e NGC 3628, um alvo popular para astrônomos amadores.
Constelação de Leão Menor
Embora menos conhecida, a constelação de Leão Menor (Leo Minor) é uma pequena formação situada no hemisfério celestial norte, entre Leão e Ursa Maior. Composta por estrelas de baixa luminosidade, a observação de Leão Menor pode ser desafiadora a olho nu, especialmente em áreas com poluição luminosa. Suas estrelas mais brilhantes são de terceira magnitude, o que significa que não se destacam tanto quanto as das constelações vizinhas.
A constelação tem uma forma triangular, embora essa forma não seja tão evidente sem um mapa estelar. Apesar de sua baixa luminosidade, Leão Menor é notável pela presença de várias estrelas duplas, sistemas estelares onde duas estrelas orbitam um centro de massa comum. Estas estrelas duplas são alvos interessantes para astrônomos amadores.
Para localizar Leão Menor, procure entre as constelações de Leão e Ursa Maior. A melhor época para observá-la é durante a primavera no hemisfério norte. Devido à sua discreta luminosidade, é recomendável observá-la em noites escuras e em locais afastados da poluição luminosa.
Constelação de Lince
A constelação de Lince é discreta e notoriamente difícil de visualizar, exigindo uma visão aguçada. Situada entre Ursa Maior, Gêmeos e Auriga, Lince não possui raízes mitológicas por ser bastante nova. Sua formação gera um padrão de zigue-zague no céu, com estrelas como Alpha Lyncis e 38 Lyncis destacando-se. A melhor época para observá-la é em março. Tanto Leão Menor quanto Lince foram introduzidas no mapa estelar por Johannes Hevelius no século XVII.
Nebulosa Olho de Gato
A Nebulosa Olho de Gato, ou NGC 6543, é uma nebulosa planetária na constelação de Draco, com magnitude +9,8. Visível com telescópios pequenos, ela aparece como uma mancha difusa, mas com telescópios maiores, sua forma única se destaca. É melhor observada de maio a novembro no Hemisfério Norte e não é visível no Hemisfério Sul profundo.
Nebulosa Pata de Gato
A Nebulosa Pata de Gato, ou NGC 6334, está situada na constelação de Escorpião, perto do plano da Via Láctea. A presença de poeira interestelar absorve comprimentos de onda mais curtos, dando à nebulosa sua cor vermelha característica. Essa poeira também torna a nebulosa fraca, exigindo um telescópio de pelo menos 10 polegadas para observá-la. O melhor período para visualizar a Nebulosa Pata de Gato é de abril a agosto em ambos os hemisférios.
Grupo de galáxias do Gato de Cheshire
O Grupo de Galáxias do Gato de Cheshire é um conjunto de galáxias localizado em Ursa Maior, visível o ano todo no Hemisfério Norte. Para observá-lo, é necessário um telescópio potente e um céu escuro. O grupo é famoso por formar um "rosto de gato" com sua estrutura devido à lente gravitacional, que distorce a luz das galáxias distantes. As galáxias do grupo estão se movendo a quase 500.000 km/h. Além disso, existe um asteroide chamado 6042 Cheshirecat, que pode ser encontrado usando o aplicativo Sky Tonight.